segunda-feira, 19 de janeiro de 2009

PILOTO AUTOMÁTICO Parte II


Relembrando a parte final da postagem anterior:
A nossa personalidade, na ótica da Análise Transacional, compõe-se de aspectos (ou estados de ego), que são:

Aspecto Parental que se subdivide em: Crítico e Nutritivo.
Aspecto Parental Crítico:
Função Positiva: Protetora; Função Negativa: Perseguidora
Aspecto Parental Nutritivo:
Função Positiva: Permissora; Função Negativa: Salvadora

Aspecto Raci
onal:
Função Positiva: Integradora e atualizada; Função Negativa: Contaminada e desatualizada

Aspecto Emocional que se sub-divide em: Livre, Intuitivo, Adaptado e Rebelde.
Aspecto Emocional Livre: Função Positiva: Espontaneidade; Função Negativa: Manipulação
Aspecto Emocional Intuitivo: Função Positiva: Intuição, criatividade; Função Negativa: Superstição
Aspecto Emocional Adaptado: Função Positiva: Adaptação, adequação; Função Negativa: Inadequação, vitimização
Aspecto Emocional Rebelde: Função Positiva: Rebeldia justa; Função Negativa: Rebeldia
sem causa
.

Analisaremos, nesta postagem, o Aspecto Parental:
ASPECTO PARENTAL CRÍTICO:
Será que você conhece alguém que está sempre criticando os outros? Que, quando lhe apresentam algum trabalho seu primeiro impulso é apontar algum defeito? Que está sempre observando o comportamento dos outros para apontar falhas e erros?
Quando é Malus quem está atuando com este aspecto da personalidade, quando está em ação a terrível Função Perseguidora, ele não terá por objetivo resolver um problema nem educar outra pessoa, muito menos, buscar que ela melhore e não cometa mais erros. Seu objetivo real será atemorizar, criticar, desmoralizar, por o outro pra baixo, deixá-lo em efeito o máximo possível.
Provavelmente, quando era criança também o trataram assim, e, para sobreviver, preferiu identificar-se com o seu perseguidor, passando a tratar as outras pessoas como o haviam tratado, em vez de agir como gostaria que tivessem agido com ele. Isto lhe permite justificar-se (em sua fantasia de perseguição não resolvida) para atuar dentro de qualquer situação que esteja vivendo no sentido de estar por cima e colocar os outros para baixo.
Então, a insuportável conduta de Perseguidor levará Malus a ser (ou pelo menos a querer ser) sempre quem tem razão, fazendo-o controlar os outros com o olhar, a manipular pelo medo, logrando assim, com grande esforço, ser um temido tirano, na empresa ou na familia, que sempre estará só, tenso e amargurado.
Esta é uma tática para ocultar sua própria criança interna frágil, temerosa, e fundamentalmente necessitada de aceitação e proteção (realidade em sua infância e fantasia no momento atual).
Malus também pode exercer este aspecto da personalidade sem a necessidade de gritos, sermões, agressões ou ameaças. Ele pode fazê-lo de maneira sutil, elegante, como aquelas pessoas que fazem sentir sua critica de forma constante, encoberta e silenciosa. Quando ele age assim, pertence a casta dos piores, já que é possível que até se vanglorie de jamais ter batido nos filhos, mas tendo conseguido quebrar-lhes a autonomia, uma vez que eles o vêem como um juiz silencioso e implacável, do qual não podem se aproximar sem que se sintam no banco dos réus.
Obviamente, assim como Malus pode dirigir seu Perseguidor para os outros, pode também fazê-lo para dentro, para si mesmo, criticando-se, perseguindo-se, mortificando-se...
Por outro lado, quando é Bônus quem está atuando com este aspecto da personalidade, quando está em ação a Função Protetora, ele o fará frente a uma situação de perigo ou um problema que esteja acontecendo no aqui-e-agora, para proteger a si próprio ou aos outros, dando limites (proteger é também e fundamentalmente dar limites), enquanto Malus o fará em relação a uma situação que já passou (seja ou não de responsabilidade do outro), e que, portanto, já não pode mais ser modificada ou solucionada. Fará, apenas para acusar, perseguir ou desmoralizar o outro.

ASPECTO PARENTAL NUTRITIVO:
Perguntamos novamente: por acaso, você conhece pessoas consideradas maravilhosas, que andam pelo mundo e que, frente a qualquer situação que atravesse outra pessoa, correm para ajudar, para salvar?
Essas pessoas, quando estão atuando com este Aspecto da Personalidade, o fazem através de Malus, pondo em ação a Função Salvadora. É provável que elas não tenham a menor consciência do dano que ocasionam com tão inadequada e ingênua conduta.
É claro que esse problema é agravado porque a sociedade está sempre disposta a aplaudir esta estúpida compulsão de ajudar. Porém, você tem que saber que, na maioria das vezes, quando essas pessoas agem desta maneira e qualquer que seja a justificativa que elas usam para realimentar esta sua forma de relacionar-se com os outros, o único objetivo que as move será criar dependência, insegurança, impotência, demonstrar que são imprescindíveis, não permitindo que o outro cresça e alcance a sua independência. E, sobretudo, tentarão transferir para essa mesma pessoa que elas dizem querer ajudar, seus próprios medos ou problemas não resolvidos, de forma inconsciente, é claro.
Alem disso, quando, por qualquer coisa, seu papel de Salvador está em perigo, elas apelam para a mais formidável de suas armas, que é a culpa, alegando o muito que têm se sacrificado pelos outros, o muito que têm dado sem nada pedir (tempo, sexo, afeto, companhia, dinheiro, etc).
A “salvação” ocorre quando uma pessoa ajuda outra sem que ela peça essa ajuda (a dificuldade real da pessoa pode ser a de pedir ajuda, e quando Malus a ajuda antes que ela peça, a está impedindo de transformar-se, de crescer, a está mantendo sob sua dependência). Ocorre também quando, em sua ajuda, Malus faz tudo pelo outro; pelo menos 50% o outro tem que fazer, sem o que Malus o estará transformando em uma falsa vítima, alimentando a sua dependência.
Quando é Bônus quem está atuando com este aspecto da personalidade, na Função Permissora, é um sinal evidente de que a pessoa quando criança teve a sorte de contar com alguém que foi positivamente permissor com ela. O objetivo básico desta função positiva da personalidade é fomentar a independência, transmitir segurança e confiança, e quando Bônus atua com ela tem a virtude de convencer as pessoas com quem lida, de que elas são capazes de se valer por si mesmas, e também de que, em qualquer situação de real necessidade, podem contar com ele.

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