segunda-feira, 22 de dezembro de 2008

OS TRÊS REIS MAGOS


Três homens, três reis, três magos,
Há mais de mil anos passados,
Cruzaram rios, montanhas e lagos,
Reverenciando o nascimento do Amor, lado-a-lado.

Quanto tempo eles andaram, que distância percorreram ?
Renunciaram à segurança ou do conforto desistiram?
Que perigos enfrentaram, onde dormiram, o que comeram?
Nada disso é importante, pois a meta atingiram.

Com humildade e respeito, entregaram sua oferta:
Mirra, para o homem – assumida a humanidade;
Ouro, para o rei – em sua origem, na certa;
E, incenso, para o Deus – sua real identidade.

Assim fizeram e se foram, sem manchetes nos jornais,
Desapegados, peregrinos, verdadeiros, com certeza,
Legaram para a história, registrando em seus anais,
Esse gesto de adoração, de humildade e de beleza.

Outros homens repetiram, três ou quatro, certamente,
Esse gesto tão sublime de adorar ao Deus-Amor.
Mas seu feito se perdeu no tempo de nossa mente,
Que só quer curtir a vida, sem trabalho e sem suor.

Hoje em dia, não sabemos como achar esse Menino,
Que fala de Paz e Amor e cura todas as feridas.
Por isso, nós adoramos cinema, igreja e TV,
E a árvore enfeitada de bolinhas coloridas.

domingo, 14 de dezembro de 2008

DESEJOS


Quero a lua cheia, bem bonita,
quero um jardim bem perfumado e belo.
Quero um parapeito e a mais bonita vista,
uma brisa bem suave refrescando a noite, quero.

Quero vaga-lumes piscando aqui e ali,
quero ver no mar um reflexo prateado.
Quero, em céu azul, mil estrelas a luzir,
quero o vinho mais gostoso e perfumado.

Quero me sentir um verdadeiro atleta,
vestir o meu rosto com sorriso de poeta,
para viver a aventura tanto desejada.

Levo a minha boca derramando beijos,
o meu corpo transbordando de desejos,
e todo o meu amor para minha namorada.

terça-feira, 9 de dezembro de 2008

EMBRIAGUEZ


Há sensualidade
em teu olhar,
em tua boca bonita,
em tua tez suave e linda.

Em teu corpo há o vinho mais ardente,
em tua boca uma taça perfumada.
Bebendo, vou querer-te novamente,
minha embriaguez está em ti.

Mesmo sem beber-te me embriago,
sonho em beber-te trago à trago,
o desejo de beber-te está em mim.
Poesia do livro BUSCAS de Sandoval Barretto - Editora Papel Virtual

quinta-feira, 4 de dezembro de 2008

BRINDES


Brindo ao homem que acorda cedo,
se veste de coragem e determinação,
para enfrentar o ônibus cheio, o engarrafamento,
o receio de chegar atrasado e perder o emprego,
a labuta diária, a pequenez do “grande chefe”,
e à noite se veste de carinho e afeto
para dançar com a esposa e os filhos,
o louvor por mais um dia de vida.

Brindo à mulher, heroína anônima,
que, por cima da roupa de esposa e mãe,
também veste a de operária, de passageira,
de paciente, de temerosa e às vezes aflita;
que defende seu espaço e sua dignidade;
que humilde, não se deixa humilhar;
que consegue gerar energia,
após duas ou mais jornadas,
para vestir-se de festa e comemorar
o aniversário da amiga ou fazer o filho adormecer,
viajando estórias.

Brindo ao meu povo, o povo brasileiro,
(a grande maioria) sofrido, sem escola,
sem saúde, sem casa, sem dinheiro,
acalentando sonhos, cavalgando a esperança
de dias melhores.
Brindo para que ele - como uns poucos o fazem
perceba que tem poder de se unir e lutar
para construir sua própria realidade
e realizar seus sonhos,
em vez de esperar passivamente que isto aconteça,
enquanto vai trocando voto por sapato,
sangue por pão e circo.

Brindo às crianças – filhas do futuro
e reflexo daquilo que somos.
Brindo para que elas apanhem
na mesa que lhes servimos,
a coragem, a determinação,
a ética e a solidariedade,
lá deixando nosso egoísmo,
manipulações, desonestidade e ignorância.
Brindo para que elas
saibam voar muito mais alto
do que jamais pensamos ousar.


quarta-feira, 3 de dezembro de 2008

HABILIDADES


Habilidade é a capacidade treinada de alguém conseguir atingir com êxito um determinado objetivo.
Isto significa que toda habilidade no ser humano é produto de um aprendizado, e, portanto, adquirido somente através da experiência.
Significa, também, que pode ser a capacidade de deixar de fazer algo com sucesso, de fracassar, por ser esse o objetivo.
Uma pessoa pode ter habilidade para entrar lentamente em uma depressão; para ter total incapacidade de ganhar dinheiro, ou; para não conseguir manter uma relação que funcione.
Um indivíduo do tipo fracassado tem grande habilidade em fazer com que as coisas não funcionem. Quando sentimos pena e pensamos que ele não teve opções na vida, corremos o risco de entrar no campo de sua influência e nos colocarmos em efeito das desgraças que lhe acontecem.
Se olharmos atentamente à nossa volta, encontraremos pessoas que, em diferentes graus, acreditam que devem ser ajudadas em seus dramáticos e gigantescos problemas. Situam-se em um nível inferior, não se dispõem à mudanças e pressionam os outros para que as ajudem a qualquer custo, solicitando companhia, necessitando de dinheiro ou manifestando doenças.
Esse nível em que estas pessoas se situam é o nível do DEVEM CONTRIBUIR COMIGO, e, quem aí se coloca tem um controle energético poderoso: maneja sua decisão de não mudar e levam as pessoas com as quais se relacionam a se sentirem na obrigação de ajudar, queiram ou não, mesmo quando já tenham prometido a si mesmas ter sido “aquela a última vez”.
Elas se colocam no fundo do poço para exercer esse poder de não fazer qualquer mudança. De onde estão, começam a impor a amigos e companheiros que as banquem como estão.
O “brejo emocional” onde se encontram suga toda a energia à sua volta, sem dar nada em troca, e, por mais que as pessoas usem de força e afeto para tirá-las desse lugar, nada conseguem, nada mudam.
Quando alguém desce à esse nível, relaciona-se com os demais de tal forma, que estes não têm outra opção que aceitar seus poderosos “não me exijam”, “não me amolem”, “não me falem nada”, “nada posso fazer”, “devem aceitar-me como sou”, “faça por mim porque você pode e eu não”, enquanto assumem a responsabilidade de continuar “tentando” movê-lo.
A total incapacidade para dar, aliada à uma incansável capacidade de tragar a energia em volta, tem poder sobre a realidade e destrói qualquer possibilidade de comunicação e mudança.
Quando nos quedamos submetidos à rede de influências de alguém assim, estamos nos relacionando através de uma simbiose patológica, onde assumimos o papel de PROVEDOR e ele de RECEPTOR.
O RECEPTOR atua de forma colinérgica, anabólica e introjetiva. Isto quer dizer que ele atua de forma passiva, nutrindo-se, construindo-se, fortalecendo-se, enquanto o PROVEDOR atua de forma adrenérgica, catabólica e projetiva, esvaziando-se, enfraquecendo-se, “queimando-se” nesse processo de transferir sua energia para o outro.
Nesse processo, a pessoa que mais sofre, que mais se queixa, que mais protesta, que tem maior debilidade, termina destruindo aquela que aparentemente é mais forte, mais saudável e mais capaz.
Daí, podemos perceber que o PROVEDOR está pondo em risco o seu território, sendo imperiosamente necessário que saiba defender-se, pondo limites e evitando colocar-se como cúmplice ou sob as influências dos manejos do RECEPTOR, sem deixar de se interessar pelo outro e pelos problemas do outro.

(Texto constante do livro Ecologia Humana nos Relacionamentos de Sandoval Barretto - Editora Biblioteca 24x7).

TER QUE TER RAZÃO


No processo de comunicação, quer na área organizacional, educacional, familiar ou de casal, o fenômeno TER RAZÃO é o fator de maior destrutividade e se constitui numa das grandes catástrofes na existência dos homens.
Quando percebemos que duas pessoas estão lenta e determinadamente destruindo a sua relação, que todo afeto, carinho e reconhecimento começou a se quebrar, podemos imaginar que o TER RAZÃO está destruindo a comunicação dessas pessoas.
Para melhor compreender isto, temos que entender que o TER RAZÃO pode ser de dois tipos:
1 - A pessoa acredita que tem razão sem realmente ter;
2 - A pessoa acredita que tem razão e realmente tem.
Para o processo de destruição da comunicação é secundário que a pessoa tenha ou não razão. O prioritário é que ela exerça o TER RAZÃO para obrigar o outro a submeter-se à razão que ela tem.
Também não é suficiente que ela apenas pense que tem razão, é necessário que o outro aceite a sua razão.
TER RAZÃO dá à pessoa o poder para que ela se imponha sobre as demais..
Quando uma pessoa se relaciona através do TER RAZÃO, procura permanentemente mostrar as falhas (reais ou inexistentes) do outro, de forma a gerar nele a insegurança.
A pessoa que assume o lugar do “incorreto”, normalmente, reage de acordo com a seguinte sequência:
Primeiro, se submete;
Depois, sente raiva;
Depois reage; e.
Por último, faz ocultamentos (oculta o que pensa, sente e faz).
É bastante comum e destrutivo, numa relação deste tipo, a pessoa que ocupa o lugar do “correto” dizer: ”Viu como eu tinha razão?!”; “Bem que eu lhe avisei!”; “Eu lhe disse!”.
Quando uma pessoa tem necessidade de TER QUE TER RAZÃO, a compulsão de exigir que o outro se submeta é praticamente arrasadora.
As mulheres fazem com os homens; os homens com as mulheres; os pais com os filhos; os educadores com os educandos; os chefes com os subordinados; a secretária com o chefe, etc.
Ao se investir nisto, somente se consegue que o outro perca a sua habilidade, a sua eficiência, pois, durante o tempo todo ele estará sendo levado a reconhecer a sua falha e a se submeter, seguindo daí a sequência acima.
O TER QUE TER RAZÃO destroi organizações (familiares ou de trabalho). Um lider que não permite aos seus liderados ocuparem o lugar do “correto”, está rompendo a fidelidade e a credibilidade do grupo, e, isto leva os participantes a ocultar, a não dar todas as informações, a guardar as informações para si mesmos, a mentir, porque passam a viver o contexto de uma relação paranoide.
Diante do exposto, podemos nos dar conta de que o TER RAZÃO é uma desnecessária exigência que não produz soluções construtivas e que o TER QUE TER RAZÃO é uma maneira destrutiva de submeter o outro, sendo absolutamente secundário, sem qualquer importância, o fato de se ter ou não razão.

De alguma forma o TER QUE TER RAZÃO anula ou evita o contato com o outro, e, o relacionamento atinge seu nível mais baixo quando as pessoas discutem RAZÃO.
A catástrofe se torna maior quando alguém pensa que está errado (ocupa o lugar do “incorreto”). Se pensa assim, significa que a pessoa que tem razão tem poder sobre ele. E, quanto mais RAZÃO tiver essa pessoa, mais equivocado estará o outro. Quanto mais equivocado, menos direito terá; menor capacidade de reação; mais inadequação; maior comprometimento e incapacitação no seu “fazer”.
Daí, ser importante que você possa se dar conta de que, se está numa relação deste modelo, você está em real perigo mental ou emocional.
Uma maneira eficaz de se lidar com uma pessoa que quer ter sempre razão, é dar-lhe razão sem se submeter, sem ocupar o lugar do “incorreto”, recusando, a partir daí e sem a necessidade de ser explícito, o propósito da discussão.

(texto constante do livro Ecologia Humana nos Relacionamentos de Sandoval Barretto - Editora Biblioteca 24x7)

Leão do Nordeste





Senhora dos ares, majestade alada,
empresta-me tuas asas, meu motivo é forte.
Dá-me o teu vôo, amiga emplumada,
cede-me teu olhar; bafeje-me a sorte.

Vejo lá embaixo um calor intenso,
a terra rachada, em feridas mil;
qual costas de escravo: sofrimento imenso,
como racha os lábios no corpo febril.
Então, me pergunto, que lugar é este,
que erma paisagem do Sul ou do Leste,
diz, Senhora Águia, é isto Brasil ?

Vejo um ser humano, arrastando os pés,
miserável adorno em maldito chão.
Magro, derrotado, da sorte o revés,
sem eira nem beira, sem tostão nem pão.
Não leva o direito de esperanças ter,
leva a teimosia de querer viver,
ainda em seu peito bate um coração.

Deixa atrás de si a mulher e os filhos,
a cuia, a farinha, uns feijões, oh! céus!
Leva o desespero; nos olhos o brilho,
move-lhe a missão de salvar os seus.
Que lugar é este, que miséria atroz,
repete-se o escravo; ressuscita o algoz,
que Brasil é este, diga-me oh! Deus !

Senhora dos ares, majestade alada,
empresta-me tuas asas, meu motivo é forte.
Dá-me o teu vôo, amiga emplumada,
cede-me teu olhar; bafeje-me a sorte

Vejo uma cidade, imensa, bonita,
cercada de mar e de montanhas, creia.
Mulher vaidosa; seduz quem a fita,
cantada ao sol e à lua cheia.
Vejo edifícios luxuosos, belos,
piscinas azuis, louros anelos,
e o vinho mais fino a mente incendeia.
Da Grécia, imagino, tal a formosura,
no Monte Olimpo, dos deuses morada.
Vejo deuses lindos, de corpos perfeitos,
das mais lindas deusas, escolhem a amada.
Carros luxuosos, sonhos de verão,
restaurantes chiques, lagosta, salmão;
terra prometida, visão tão sonhada.

Rio de Janeiro ou até dezembro,
do samba enredo, carioca feito.
Alegria e festa; pelo que me lembro,
Cidade imortal, de malandro jeito.
Da mulata linda, curtida ao sol,
do Maracanã, templo-futebol,
tantos monumentos, tudo tão perfeito.

Senhora dos ares, majestade alada,
empresta-me tuas asas, meu motivo é forte.
Dá-me o teu vôo, amiga emplumada,
cede-me teu olhar; bafeje-me a sorte.

Um ônibus cortando o asfalto liso,
larga na estação, um rebanho peco,
maltrapilho, sujo, à dormir no piso,
embaixo à marquise, viaduto ou beco.
O olhar febril, trêmula a mão,
busca o alimento nos restos do chão,
nada de esperanças nesse corpo seco.

Levanta-te Jó, tens de trabalhar!
Não dês chance à morte que espreita os teus.
Não terás enxada, foice ou roçar,
busque Putifar, procure Zaqueu.
Trabalho não encontra, não lhe dão o pão,
ruge, então, no peito a revolução,
já lhe move o fogo, deu-lhe Prometeu.

Já não pede, toma; já não fala, ruge;
já não pensa, age como um furacão.
Sempre de surpresa, lá das sombras surge,
roubando, matando, rugindo o leão.
Já perdeu o vínculo da terra distante,
já não lembra os seus, nem por um instante,
nem é mesmo Jó, é só Lampião.

Senhora dos ares, majestade alada,
empresta-me tuas asas, meu motivo é forte.
Dá-me o teu vôo, amiga emplumada,
cede-me teu olhar; bafeje-me a sorte

Muitos cá trabalham, beijou-lhes a sorte,
já têm um salário - mal dá pra comer.
Mas, dividem o pouco: enviam pro Norte,
Pra aqueles que ainda recusam morrer.
Daqui surgem outros, forjados no não,
e, também, como Jó, viram Lampião,
e muitos mais ainda estão a nascer.

Paulistas de Asgard! Cariocas do Olimpo!
Deuses de Brasília! Detenham os risos!
Quebrai os espelhos, vede mais além,
além do umbigo dos vossos Narcisos!
Que Hércules abra agora os canais!
Que a fome não deixe este povo incapaz!
Quantos Lampiões mais serão precisos ?



(poesia do livro Buscas de Sandoval Barretto - Editora Papel Virtual)

A Você


Teus olhos, que olhos,
como sabem ver.
Como sabem mostrar,
quanta coisa há em ti
que eu quero ter.

Tuas mãos, como sonho
com carinhos que elas
me sabem fazer.
Senti-las macias
em mim, nos meus dias,
que mais vou querer ?

Tua boca pequena,
vezes por vezes
me fez delirar.
É minha tortura
essa coisa pura
que me faz pecar.

O teu corpo esguio,
nas tuas curvas derrapo
a todo momento.
Deslizando a mão,
junto o meu coração
e todo o meu sentimento.

Teu sorriso procuro,
se o encontro, me perco,
sem saber o porque.
Na verdade, te digo,
estando longe ou contigo,
sou doidinho por você.
(poesia do livro Buscas de Sandoval Barretto - Editora Pepal Virtual)

Quem Sou Eu


Sou sol, sou alegria, sou beleza e calor,
sou exuberância e plenitude.
Eu sou vida, eu sou luz, sou poesia e amor,
Sou paz, harmonia, esperança e quietude.

Sou choro e ranger de dentes,
sou raiva que explode e mata;
sou pecado, sou quem mente,
sou quem fere e maltrata.

Sou tristeza, solidão,
sou angústia, depressão,
eu sou sofrimento e dor.
Sou vazio, inexistência,
sou culpa, sou penitência,
sou frustração, dissabor.

Sou embriaguez, sou o vinho,
sou explosão, sou carinho,
sou volúpia, paixão sou.
Arrebato, sou desejo,
sou corpo-a-corpo, sou beijo,
sou vibração, sou o gol.

Sou poeta, sou ternura,
sou criança, sou candura,
sou maldade e maldição.
Corro, paro, rio, choro,
tenho pressa e demoro,
sou certinho e contramão.

Sou o bem onde me banho,
sou o mal de igual tamanho,
eu tenho fé, sou ateu.
Sou impotente e capaz,
sou tudo isso e sou mais,
eu sou um homem, eu sou eu.

(poesia do livro Buscas - Editora Papel Virtual)

terça-feira, 2 de dezembro de 2008

Procura-se um Matador



Procura-se um matador eficiente,
Que tenha boa estocada e tiro certeiro,
Que encare de frente o oponente,
Que não seja covarde ou traiçoeiro.
Que mate de forma rápida e indolor,
Que não se venda por nenhum valor,
Que tenha a mão forte e o pé ligeiro.

Para matar a saudade do amigo, que a vida
As vezes esconde da nossa visão;
Pra matar, da “coisa” não correspondida,
Não a pessoa, somente a paixão.
Para matar o beijo nunca roubado,
Para matar o desejo que foi sufocado,
Matar o sofrimento, o eterno vilão...

Matar a grande fome de alimentos
Que para muitos de nós tem sido fatal.
Para matar o ódio e outros sentimentos
Que nos aprisionam às correntes do mal.
Para matar, não a ambição, somente a ganância,
Que tem desencadeado tanta violência,
E tanto desequilíbrio social.

Para extirpar da Terra a própria violência,
Irmã, de verdade, do egoísmo doentio,
Resultante, por certo, da grande demência
- A onipotência - maior delírio da mente febril.
Para inaugurar a era do Amor,
Não para o machado; sim para a flor,
Nas outras nações e também no Brasil.